Fiz a prova pra entrar no colégio militar (no Hugo) a primeira vez no fim do 6º ano. Não passei. Ainda bem porque eu não iria gostar nada de ser o colégio número 2. (hahahaha). Tentei de novo no fim do 7º ano e dessa vez consegui. Você acha que eu passei pelo menos entre os 10 primeiros colocados? Mas não foi assim. Eram 20 vagas, e eu fui a 14ª. Mas estava lá dentro.
Entrei no 8º ano B. Não gostei porque me separaram do único amigo que eu tinha lá dentro (o Felipe, aquele nerd). Essa era a sala do Diego, Matheus Carvalho, Geórgia, Isabella, Mateus Gervásio, Antônio, Paulo, Kleber, Andressa, João Victor, Afonso, Letícia Almeida, Letícia Borges, Julia. Não me esqueço de que o Kleber me chamou pra fazer o primeiro trabalho em grupo com ele kkkkkkkk’ Eu tenho uma boa memória! Sempre fui meio que competitiva (só um pouco é claro) e eu descobri que o meu maior desafio ali seria passar o Diego e o João Victor. Eu estudava muito mesmo! Só que ainda assim não conseguia, mas não desisti porque ele teria que cansar em algum momento.
Não consegui passar o Diego naquele ano e no ano seguinte ele já era meu amigo. Como competir com um amigo? Isso não existe, mas foi nesse momento que eu consegui passá-lo. Eu acho que o meu boletim do 9º ano é o mais doentio de todos os tempos kkkkkkkk’ (10 em todas as matérias e em todos os bimestres). Só que não fazia mais diferença. Da mesma forma que foi um ótimo ano escolar, foi um péssimo ano em todos os outros quesitos. Rompi um ligamento do joelho (daí vem o famoso joelho estragado da Ericka) e fui proibida de jogar futebol. Todo mundo sabe que eu não obedecia e que em quase toda aula de educação física eu saia carregada porque meu joelho tinha saído do lugar. No fim do ano fiz uma cirurgia que deixou 2 pinos e uma cicatriz no meu joelho esquerdo que estão aqui até hoje,
No 9º ano, do histórico 9º C, só deu pra salvar os amigos: Dênnis, Vitória e Mariana além dos que vieram do 8º B. E as cicatrizes.
Entrei no ensino médio decidida de que faria medicina. Mas foi nesse ano que fui apresentada a física e a biologia. Os números me seduziam (por incrível que pareça kkkkk’) e apareceu uma dificuldade natural em decorar nomes que a biologia exigia, mesmo com as aulas incríveis do Dorvair. Enquanto isso, descobri o quanto medicina era concorrido e assumi que jamais conseguiria entrar em uma universidade federal. Além do medo frente a concorrência, a fisioterapia (que a cirurgia no joelho havia exigido) tomava cerca de 5 horas por dia e deixava um cansaço físico e mental insuportável, ou seja, eu realmente não tinha tempo para estudar. Isso durou 8 meses. E quando acabou, o ano também havia acabado. Eu não lembrava nem da matéria do primeiro bimestre. Tudo isso só confirmou a minha desistência do curso de medicina e me levou a procurar por outros. O meu gosto por matemática e física me levaram às engenharias, e a civil, em especial, me atraiu bastante porque não era tão concorrida quanto medicina (na época, 23 por vaga) e prometia boa área de trabalho. Então foi assim que eu escolhi meu curso, com bastante covardia. Na disputa entre Física x Biologia, Exatas x Biológicas, Matheus x Dorvair a engenharia venceu.
Quanto a convivência, o 1º ano foi muito conturbado. Por acidente do destino as três pessoas mais arrogantes e prepotentes da face da terra estavam na mesma sala: eu, o Gervásio e o Iago. Eu não gostava nem um pouco do Iago, muito menos da Heloise porque os dois passavam todas as aulas fazendo GAGAGA com a voz mais irritante do mundo. A mostra de vídeo do fim do ano veio e nos uniu. E com muita força. Quem visse o nosso trabalho de grupo diria que aquilo parecia uma família. Perdemos juntos, ficamos bravos juntos, brigamos juntos.
Nas férias do 1º pro 2º ano, a sra. Ericka consegue a façanha de machucar seu outro joelho e de ser obrigada voltar a fisioterapia. Adeus novamente ao tempo pra estudar. Lesões sérias aliadas à preguiça MONSTRO que eu tinha era uma combinação perigosa.
Essa tal mostra de vídeo fez com que o 2º C surgisse. A Heloise se tornou uma pessoa que eu admirava muito, afinal eu sempre gostei de pessoas bagunceiras com notas altas kkkkkkk’ (e ainda admiro). O Iago se juntou ao Mateus e se tornou um dos meus melhores amigos. COMO O MUNDO DÁ VOLTAS. Ainda bem. Mas... como eu disse anteriormente, as pessoas mais arrogantes do mundo estavam unidas e era certo que não seria uma convivência tranquila! Pelo menos uma vez por semana havia uma grande confusão que nós nomeávamos Dia Do Infortúnio (já que a outra palavra foi proibida kkkkkk’). Começamos com o Iago dizendo que as brigas na sala só começaram depois que as meninas da tarde foram pra lá e o Dênnis indo lá na frente pra dizer ‘SOU A FAVOR DAS MENINAS DO VESPERTINO’. Todo mundo sabia porque NE... kkkkkkkkkk’. Depois veio a história do sabotador. As minhas brigas e do Mateus (que pareciam mesmo pequenas guerras) com a professora de química (da qual eu prefiro nem lembrar o nome). A visita minha, do Iago, do Dennis à sala do Capitão para uma conversa complicada. E no dia da suspensão do Iago, o famoso dia da Terapia de Grupo com a Cássia (depois do nosso trabalho de recitar os poemas) a Gesyane deu sua declaração inesquecível da diferença entre ser colega e ser amigo. Kkkkkkkkkkkkkkk’ Tem que rir até hoje! Depois ela cantou (‘você tem um valor, o espírito santo se move em você’). Todo mundo chorou, mas com certeza a menininha dos olhos azuis chorando marcou mais.
No fim do ano veio a outra mostra de vídeo. Estávamos SEDENTOS PELA VITÓRIA. A sala se dividiu em dois grupos: Dennis x Ericka. Que, naturalmente, se tornaram UM depois porque todo mundo sabe que briga de irmão não dura nada. Começamos tendo a honra de poder trabalhar com os textos da Cora Coralina. Tivemos sérios problemas com o 2º F, fomos parar na sala do capitão de novo, mas seguimos firme. O dia da filmagem do vídeo foi muito cansativo e o Kleber ia provando mais uma vez ser o cara perfeito pra fazer trabalhos de escola! Ninguém entendia o que o Dennis tava fazendo, a Heloise não queria deitar no chão, o Paulo chegou atrasado, o dia escureceu, o tempo acabou, mas deu tudo certo! Na volta eram 8 pessoas dentro do Uno da minha mãe que não abria a janela do lado do motorista kkkkkkkkkkkkk’. Sofremos muito mesmo! Mas contávamos com um SENHOR editor de vídeo, (diria que um cara profissional) e as outras salas não! O Dênnis simplesmente arrasou na edição e fez um vídeo perfeito! Ganhamos a mostra de vídeo. Gritamos muito, implicamos muito a outra sala. Até porque implicar é o meu maior talento kkkkkkkkkkkk’.
Pra encerrar com chave de ouro o 2º ano, fizemos uma viajem pra Pirenópolis. E pra melhorar, ganhamos a competição de recolher material reciclável depois de enfiar muiiiito a mão no lixo! Fomos pra Caldas, eu cai na piscina com a Bruna /na parte rasa/ ninguém viu! Ainda bem kkkkkkkkk’. Sem dúvida alguma, um dos melhores anos!
Quanto a questão das notas... nesse ano o Diego ganhou de mim! Kkkkkkkkk’ Ele merece demais! No meio do ano, eu passei na primeira fase do vestibular pela primeira vez e fui um fracasso na segunda kkkkkkkk’. Fiz o Enem, se não me engano em outubro. Fim do ano, outro vestibular com a incrível concorrência de 53 por vaga. Tirei uma nota menor do que a que eu havia feito no meio do ano. Em compensação passei no vestibular da PUC. Uma concorrência tão alta quanto medicina deveria ter feito com que eu desistisse, mas eu já estava apaixonada pelo curso e essa não era uma OPÇÃO.
Todo estudante segue o seguinte programa de vida:
Ensino Fundamental: quando eu chegar no ensino médio, vou estudar muito pro meu vestibular!
1º ano do Ensino Médio: Ano que vem eu estudo porque esse ano não deu certo.
2º ano do Ensino Médio: Já não estudei ano passado, não adianta estudar esse ano. Vou descansar e começar de verdade ano que vem.
3º ano do Ensino Médio: desespero completo, choro e ranger de dentes.
Não sei se comentei antes, mas o meu problema do joelho foi resolvido no meio do 2º ano.
O terceiro ano começa com a destruição da turma do 2º C. Me separaram do Iago e do Mateus. Além de outras saídas como a do Kleber e a do Paulo. Isso foi realmente HORRÍVEL! Mas... além disso, eu estava estudando bastante! Fazia aulas particulares de física e química. Estudava cerca de 10 horas por dia.
Certo dia, depois de estudar, eu resolvi colocar meu nome no Google pra tentar achar a lista das menções honrosas da olimpíada de matemática e, curiosamente apareceu um documento da UFG na busca. Eu o abri e descobri que havia sido aprovada para Engenharia Civil na UFG em Catalão. O problema é que o mesmo documento dizia que eu deveria ter comparecido à uma seção pública senão perderia a vaga. A tal seção pública já tinha passado e eu perdi a vaga antes de saber que a tinha. Não foi uma sensação muito boa. Mas acho que foi melhor assim.
O jeito era continuar. Mas pouco tempo depois eu fiquei doente e tive que faltar uma semana de aula. Nesse período o professor Geraldo passou nas salas falando das bolsas do Prevest, que haveria uma prova e quem estivesse interessado deveria assinar uma lista. Quem não estivesse na sala e não assinasse a lista, não faria a prova. O Diego colocou meu nome. Aquele lindo ♥ kkkkk’. Fiz a prova, ganhei uma das bolsas integrais (é claro que o Diego também!).
Para que você faça cursinho e tenha um bom desempenho na escola você deve estar disposto a ficar doido :D. Eu estava. A minha rotina era acordar 05:30, ir pra escola. Depois trocar de uniforme, almoçar e entrar na sala do cursinho 13:30. A aula acabava 18:20.Eu lanchava e voltava pra biblioteca. Estudava até 22:30, que era a hora que o cursinho fechava. Quando chegava em casa continuava a estudar e ia até meia-noite. Estudava 16 horas por dia, no mínimo. É claro que na época de prova e de entrega de trabalho essa jornada se estendia até 2 da manhã. Eu não lanchava no meio da tarde porque senão não teria dinheiro pra comer depois da aula. Nos sábados acordava 8 horas estudava até a aula de tarde. Na época de prova não era possível. No domingo, a mesma coisa de manhã e a tarde ficava por conta de tarefa de casa. Emagreci, meu cabelo caiu, minhas espinhas voltaram. Tudo por causa de stress. Eu dormia, na melhor das épocas, cerca de 5 horas e 30 minutos. Além de tudo, eu vi a concorrência do meu curso ir de 23 por vaga em 2010, para 53 no fim de 2011.
Ainda deu tempo de ser campeã de futsal, com o 3º C dos jogos internos! Lembrando que eu só havia participado em 2008, porque em 2009, 2010 e 2011 eu estava com o joelho machucado na época dos jogos.
Além de estudar muito, outro fator que contou bastante foram meus amigos lindos! Eles me davam força quando eu chegava na escola com cara de zumbi, me abraçavam quando precisava, e me ignoravam quando precisava. Se eu não desisti foi por eles. Principalmente a Bruna, a Gesy, a Allanne, a Gabi, a Karol, o Dennis, o Matheus, o Diego, a Sâmara, e segue relação... kkkkkkkk’
Passei para na primeira fase com 59 pontos das 90 questões. Na segunda, fiz 210 pontos. Passei em 4º lugar no sistema de cotas. E digamos que essa foi a parte mais fácil.
A parte mais difícil foi decidir se saia ou não da escola. O Diego me convenceu que sim, afinal seriam só mais 3 meses de aula.
A verdadeira confusão começa agora:
Entrei com o processo contra a escola para pedir a minha conclusão do ensino médio (sim, era desse processo que a Major falava no primeiro dia de aula). A Juíza se recusou a julgar no primeiro fórum que tentei. Fomos para outro e quando enfim saiu a decisão do segundo juiz, ele só dizia que não iria julgar porque o mesmo processo estava também em outro fórum. Voltei para o primeiro e descobri que ele estava sendo julgado em segredo de justiça lá. Haviam 36 processos com a mesma situação que a minha. Todos foram recusados menos o meu. O meu histórico contou na hora da decisão.
A escola aplicou uma prova para que eu concluísse o ensino médio nela. Não é uma coisa muito tranqüila pensar que o seu ensino médio e a vaga que você já conseguiu na UFG estão em jogo em uma prova. Se eu reprovasse perderia tudo. Mas GRAÇAS A DEUS eu passei. Sim pessoal, eu já concluí o ensino médio.
O ÚLTIMO DIA DE AULA É O PIOR DE TODOS. Você olha pra algumas pessoas e pensa que talvez seja a última vez que as veja. Você olha pra suas amizades e começa a ter medo de que elas acabem por conta da ausência. Todos os medos que você tenta evitar durante toda a sua vida aparecem nesse dia. Ver a sua camiseta toda rabiscada (parecendo um muro) dá uma sensação estranha, ainda mais quando você é a única que está assim e percebe que todos vão continuar juntos e só você vai sair. Você se compadece dos olhares dos seus amigos que misturam orgulho, alegria, tristeza, e uma saudade antecipada. Eles só não entendem que vão continuar juntos por mais um tempo e que só você está indo pra um lugar onde ficará sozinha. Dói. É o dia que você segura o choro na frente de quem não pode vê-lo e se mostra totalmente frágil na frente de quem você confia tal fragilidade.
A tarde do último dia de aula é pior do que ele em si. Você relembra tudo o que aconteceu. Chora de novo. Mas a noite você dorme tranqüila porque sabe que já cumpriu todos os seus objetivos.
Quando você se vê livre de tudo... aí sim você assume que esse TUDO valeu a pena.
Foi uma honra fazer parte do C. Acho que isso é um adeus.
1 comentários:
Ah Ericka! Que lindo *-* É uma história pra mais de metro mesmo.
Já que sua escola tá de greve você podia frequentar a nossa. ^^
Diego Renan
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